Você já sentiu aquela vontade de mudar tudo na sua vida? Talvez trocar de igreja, de trabalho ou até de amigos porque o que você tem parece não te preencher mais? Isso tem a ver com a habituação e busca por novidades, um processo natural do cérebro que nos faz perder o impacto das coisas com o tempo e correr atrás de algo novo.
Muitas pessoas se encontram assim, olhando para o que tem e sentindo que falta um brilho, uma emoção. Mas será que o problema tá no que temos ou em como lidamos com isso?
Hoje, quero conversar com você sobre o que a ciência diz da habituação e busca por novidades, o perigo de não criar raízes e como a fé nos chama a um caminho mais profundo, juntos vamos ver com base em estudos e na Palavra de Deus, como encontrar propósito e paz além da emoção inicial.
O Que São Habituação e Busca por Novidades?
Imagine que você entra numa sala com um cheiro forte de café, no começo, é impossível não reparar, mas, depois de uns minutos, você nem sente mais, então, isso é a habituação. Estudos como os de Thompson e Spencer (1966), publicados no Psychological Review, mostram que a habituação é quando nosso cérebro reduz a resposta a um estímulo repetitivo.
É um aprendizado básico: o que se repete perde o impacto emocional e isso vale pra cheiros, sons e até pra coisas maiores, como nossa vida espiritual ou afetiva.
Já a busca por novidades vem junto, quando a habituação acontece, o cérebro às vezes nos empurra pra algo diferente pra reacender aquela sensação de antes, a neurociência explica que isso tá ligado à dopamina, um neurotransmissor que nos dá prazer com o novo.
Um estudo no Neurobiology of Learning and Memory (2009) diz que esse processo é comum em todos, desde animais simples até nós, mas o que a habituação e busca por novidades têm a ver com nossa vida? Tudo. Elas podem nos levar a abandonar o que importa por não “sentir” mais como no começo.
Habituação Emocional: Por Que Antes Estava Motivado (a)?
Pensa no início de um relacionamento, cada mensagem, cada encontro, tudo parece um presente, mas, com o tempo, aquele frio na barriga diminui, isso é a habituação e busca por novidades agindo. Um artigo da Verywell Mind diz que, em relações humanas, a novidade inicial nos prende, mas a repetição faz o cérebro se acostumar.
Ou seja, não é que o amor acabou, é que ele mudou de forma, o amor de verdade é aquele que aguenta os dias difíceis, nasce dessa calma, não da euforia. Anotou aí? Leia de novo!
O problema é quando a gente acha que essa calma é um sinal pra mudar, muitas pessoas largam casamentos, amizades ou igrejas saudáveis, assim que a emoção esfria, correndo atrás de um novo “pico”. Um estudo no Journal of Sex & Marital Therapy (2015) mostrou que essa busca constante por novidades pode impedir laços profundos, se você só fica no começo, nunca chega à parte rica da vida: a intimidade que o tempo constrói.
Dopamina: O Combustível da Habituação e Busca por Novidades
Por que a gente sente essa vontade de novidade? Culpa da dopamina.
Esse neurotransmissor é como um botão de alegria no cérebro, quando você experimenta algo novo, como um lugar diferente ou uma conquista, a dopamina sobe, e você se sente bem. Marvin Zuckerman, em Sensation Seeking (1969), explica que algumas pessoas têm mais sede por essa sensação, vivendo atrás de aventuras pra manter o nível alto. Você conhece alguém que vive atrás de aventuras?
Mas tem um porém, um artigo da Psychology Today (2015) mostra que, quando algo vira rotina, a dopamina cai, o que era incrível vira comum, e o cérebro começa a pedir outro estímulo. Isso explica a habituação e busca por novidades em ação: você troca de igreja porque o louvor ou a pregação não te anima mais, ou abandona um sonho porque o esforço perdeu o sabor.
Só que a vida não é feita só de picos, emocionais, ela pede constância, algo que a dopamina sozinha não dá.
O Perigo de Correr Atrás de Novidades Sem Parar
Já viu alguém que não para em nenhum lugar? Troca de igreja como se trocasse de roupa, muda de emprego sem motivo claro, começa projetos e nunca termina, isso é o lado perigoso da habituação e busca por novidades. Em Lucas 8:13, Jesus fala das sementes que caem na pedra: brotam rápido, mas secam por falta de raiz. Muitas vezes, somos assim, querendo o calor do começo e sensações emocionais sem o trabalho de ficar e criar raiz.
A ciência confirma isso, um estudo da Frontiers in Psychology (2014) diz que, mal entendida, a habituação leva a uma vida rasa, se você só corre atrás do novo, não valoriza o que já tem. Pense num casamento, no começo, tudo é paixão, depois, vem a rotina: cuidar da casa, resolver problemas, se você desiste aí, perde a chance de um amor que cresce com os anos e de passar a velhice com alguém que vale a pena.
Na fé, é igual, quem só quer cultos emocionantes, cheios de dopamina, pode nunca conhecer a paz de confiar em Deus e de crescer e amadurecer na fé em uma comunidade saudável que pode ser sua família.
Como Vencer a Habituação e Busca por Novidades?
E aí, como sair dessa? Não dá pra apagar a habituação, ela é parte de nós, mas dá pra ir além dela, o segredo é investir no que tem valor eterno, num relacionamento, a paixão vira companheirismo, muitas pessoas já descobriram que os melhores momentos vêm depois da euforia, quando você escolhe ficar e construir juntos.
Na igreja, em vez de mudar por causa da habituação e busca por novidades, que tal se envolver mais? Que tal ser a resposta que você pede na sua igreja? Sirva, ore, conheça as pessoas, pois a profundidade nasce do compromisso, da perseverança e da consctância.
A Bíblia nos chama pra isso, Gálatas 6:9 diz: E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo certo colheremos, se não desanimarmos. Persistir é o que transforma, Noé levou anos construindo a arca, sem novidade todo dia, mas confiou em Deus, Davi cuidou de ovelhas por anos antes de ser rei, foi na rotina que Deus o preparou.
A verdadeira mudança vem quando você permanece, não quando foge e corre atrás de emoções.
A Fé Que Vai Além da Habituação
Jesus nos dá o exemplo perfeito, Em Mateus 11:28, Ele diz: Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Ele não promete um fogo que nunca apaga, mas um descanso que segura você nos dias comuns, a fé cristã não é sobre sentir algo novo o tempo todo, é sobre confiar num Deus que não muda, como diz Hebreus 13:8: Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre.
Muitas pessoas já passaram por fases em que a fé parecia morna, outros já olharam para Bíblia e sentiram ela distante, mas Deus estava lá, esperando eu cavar mais fundo. Salmos 37:5 Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e ele tudo fará. A habituação e busca por novidades podem tirar a emoção, mas não tiram a presença de Deus, Ele é a raiz que nos segura firmes.
Dicas para Enfrentar a Habituação e Busca por Novidades
Quero te deixar com algumas ideias simples pra viver isso.
Primeiro, aceite que a habituação é normal, não é errado sentir menos com o tempo.
Segundo, olhe para que importa, em vez de trocar de igreja atrás de algo “novo”, se aprofunde onde você tá, participe, ajude, ore mais. Quer um estudo sobre oração? Veja Como Orar a Deus.
Terceiro, pratique gratidão, estudos como os de Robert Emmons (Journal of Positive Psychology, 2007) mostram que agradecer reduz a vontade de correr atrás de novidades, todo dia, pense em três coisas boas: um sorriso, uma conversa, um versículo, por fim, confie em Deus.
A fé é mais que sentimento, é certeza. Romanos 8:28 Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. Fique firme, e você vai ver o fruto.
Ficar ou Fugir?
Agora, olhe pra sua vida, você tá fugindo da habituação e busca por novidades ou investindo no que é eterno? Relacionamentos profundos, uma fé sólida, um propósito que dura, tudo isso vem de escolher ficar, permanecer. A ciência explica por que queremos o novo, a Bíblia mostra como encontrar o verdadeiro, que tal dar um passo hoje pra cavar raízes no que Deus já te deu? Ele tá com você nisso.
O Caminho da Persistência
A habituação e busca por novidades são reais, mas não precisam mandar em você, elas mostram como nosso cérebro funciona, mas a fé nos leva além, não é o novo que transforma, é o compromisso com o que importa. Se esse texto fez sentido para você, compartilhe com alguém.
Fontes
Bíblia Sagrada, Almeida Revista e Corrigida (ARC).
Thompson, R. F., & Spencer, W. A. (1966). Habituation: A model phenomenon for the study of neuronal substrates of behavior. Psychological Review. https://doi.org/10.1037/h0022681
Rankin, C. H., et al. (2009). Habituation revisited: An updated and revised description of the behavioral characteristics of habituation. Neurobiology of Learning and Memory. https://doi.org/10.1016/j.nlm.2008.09.012
Cherry, K. (2023). Habituation in Psychology: How It Works and Examples. Verywell Mind. https://www.verywellmind.com/what-is-habituation-2795238
Morton, H., & Gorzalka, B. B. (2015). Role of partner novelty in sexual functioning: A review. Journal of Sex & Marital Therapy. https://doi.org/10.1080/0092623X.2014.958788
Goldberg, E. (2015). The Addictive Quality of Curiosity. Psychology Today. https://www.psychologytoday.com/us/blog/the-addictive-quality-curiosity/201501
Emmons, R. A., & McCullough, M. E. (2007). Counting blessings versus burdens: An experimental investigation of gratitude and subjective well-being in daily life. Journal of Positive Psychology. https://doi.org/10.1037/0022-3514.84.2.377
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