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Unção com óleo na Nova Aliança da Graça

Unção com óleo é prática para a igreja hoje? E como entender Tiago dizendo para ungir enfermos com óleo? é correto ungir objetos, carros e casas?

O Papel Significativo do Óleo no Antigo Testamento

No Antigo Testamento, o óleo desempenhou um papel importante, estava em diversos contextos com simbolismo e significado. O azeite de oliva, precioso na antiguidade, era a forma mais comum de óleo mencionada nas Escrituras.

O óleo foi empregado em diferentes situações, por exemplo na consagração de líderes.

Um dos usos mais conhecidos do óleo no Antigo Testamento era na consagração de líderes, uma prática que abrangia reis, profetas e juízes, este ato de unção era muito mais do que um ritual; era uma expressão simbólica da escolha de Deus e da capacitação concedida por Deus para exercer a função.

Reis: A unção com óleo era um elemento central na instalação de reis. Este ato simbolizava a unção do Espírito de Deus sobre o líder, capacitando-o para uma governança justa e sábia.

Um exemplo notável é a unção do jovem pastor Davi por Samuel, marcando o início de seu reinado (1 Samuel 16:13). Davi, posteriormente, se tornou um modelo de liderança segundo o coração de Deus.

Profetas: Os profetas também eram ungidos como parte de sua comissão divina. Elias, por exemplo, ungiu Eliseu como seu sucessor, transferindo não apenas a autoridade profética, mas também a bênção de Deus (1 Reis 19:16).

A unção era um ato simbólico que confirmava o chamado do profeta, marcando-o como alguém separado e capacitado por Deus para proclamar Sua mensagem.

Juízes: Além dos reis e profetas, juízes como Gideão foram ungidos para liderar Israel em tempos de necessidade (Juízes 6:15).

Essa prática enfatizava a crença de que o Espírito de Deus capacitava esses líderes para orientar e proteger o povo em momentos críticos.

Objetos e Altares:

Além da consagração de líderes, o óleo era empregado na dedicação de objetos sagrados e altares. O Tabernáculo, um local central de adoração, e seus utensílios eram ungidos como parte do ritual de dedicação, simbolizando a santidade e a separação para o serviço divino (Êxodo 40:9-11). Essa prática destacava a sacralidade do espaço e dos elementos utilizados nos rituais religiosos.

A presença do óleo nesses rituais não era meramente simbólica; era uma representação visível da intervenção de Deus na vida do povo , o óleo, ao ser derramado sobre líderes e objetos, marcava-os como consagrados e designados para propósitos específicos dentro do plano de Deus.

Esses exemplos do Antigo Testamento revelam como o óleo era essencial à compreensão da presença e ação de Deus na vida do povo de Israel, o ato de ungir com óleo não era apenas uma formalidade, mas uma expressão vívida da relação entre Deus e Seu povo, indicando Sua escolha, capacitação e direção.

Ao analisarmos esses relatos, percebemos que o óleo no Antigo Testamento transcende o físico; é uma metáfora viva da unção do Espírito Santo sobre líderes e objetos consagrados.

O Óleo na Igreja hoje

É muito comum vermos o uso do óleo em cultos hoje, em muitos momentos do culto o óleo está presente como:

  • no momento da contribuição financeira, onde as pessoas que vão ofertar são ungidas nas mãos,
  • pessoas doentes são ungidas também durante os cultos,
  • peças de roupas,
  • inclusive o próprio prédio onde a igreja se reúne também é ungido.

Outro ponto sobre o uso do óleo é a busca por determinados óleos como: Nardo, mirra, bálsamo, e um atribuído a alguma área, uns para cura, outros para libertação e outros para prosperidade.

O que presenciamos também são pessoas que chagam a derramar e literalmente dão um banho de óleo em outros durante cultos em algumas denominações.

Práticas essas atribuídas a fé, porém sem qualquer ensino ou ordenança para igreja no evangelho, sendo que a fé genuína da nova aliança é apenas em Cristo e não em objetos, rituais, pessoas ou lugares.

Unção com Óleo na Consagração Ministerial

No Novo Testamento, não encontramos instruções explícitas para a unção com óleo na consagração de ministros como é praticado hoje em muitos lugares. O que vemos é a prática da imposição de mãos como um meio de comissionar e capacitar os líderes da igreja para o serviço divino.

Vejam em passagens como Atos 6:5-6 e 13:2-3, onde os apóstolos impuseram as mãos sobre aqueles escolhidos para o ministério.

Não temos qualquer ordenança para derramar óleo sobre pessoas que cumprem uma função no serviço da igreja, a igreja contemporânea trouxe essa prática provavelmente do Antigo Testamento, porém estamos na nova aliança da graça e não nos é instruída tal prática.

Agora, sob a Nova Aliança em Cristo, somos ungidos pelo Espírito Santo e capacitados diretamente por Deus para o serviço, tornando desnecessária a prática da unção com óleo para consagração ministerial.

A Unção para Cura Física e o Significado Simbólico

Embora o óleo tenha sido utilizado para a cura física em algumas passagens do Novo Testamento, como em Marcos 6:13 e Tiago 5:14-15 é importante reconhecer que o termo grego utilizado nessas passagens (aleipho) não denota uma unção sagrada, mas sim uma aplicação medicinal ou terapêutica.

Ou seja, essa prática não deve ser confundida com uma unção religiosa ou milagrosa, nem mesmo como uma ordenança para a igreja hoje, mas sim como um meio de fornecer alívio físico para os enfermos daquele contexto, daquela cultura.

Quando lemos essas passagens do novo testamento, precisamos ter em mente o contexto cultural, os costumes daquele povo e daquela época, pois ao mencionar óleo na aplicação dos enfermos, estão falando algo que era comum a eles e não uma espécie de elemento mágico para uso da igreja.

O óleo, assim como o vinho eram elementos usados como remédio daquele povo, como hoje temos os remédios da nossa época e da nossa cultura, porém a diferença é que eram feitos orações, sendo assim aprendemos que é preciso sim de medicações muitas vezes, porém a oração pelos enfermos mostra nossa dependência e confiança em Deus acima de tudo.

Outro ponto importante na passagem de Tiago é que Ele não atribui ao óleo a restauração do doente e sim a oração da fé… A oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará. Tiago 5:15

Muitas outras passagens os apóstolos realizam curas e milagres sem a utilização do óleo, revelando que nossa verdadeira fonte de cura e restauração permanece na graça de Deus, manifestada através da oração da fé e do poder do Espírito Santo.

A Consagração de Objetos e a Nova Realidade em Cristo

No Novo Testamento, não encontramos instruções para a unção de objetos para consagração, sob a Nova Aliança em Cristo, não há a necessidade de consagrar objetos materiais, pois somos chamados a reconhecer que tudo pertence a Deus.

Existem muitos ministros ungido carros, casas, água, roupas, objetos, no entanto não existe esta prática no novo testamento, não existe ordenança para fazermos isso, estamos na nova aliança da graça e tudo já pertence a Deus.

Portanto, enquanto a unção com óleo pode ter tido um significado simbólico e prático em tempos antigos, devemos entender que estamos agora sob uma nova realidade em Cristo, onde somos ungidos pelo Espírito Santo e tudo que nos pertence já é de Deus.

Sendo assim não vemos nenhuma passagem que ordene a igreja a praticar a unção com óleo, pois fica evidente que era um costume daquele contexto cultural, nem tão pouco de usar óleo com referência ao Espírito Santo.

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