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O Evangelho da Graça, Favor Imerecido de Deus

O Evangelho da Graça é o coração da mensagem cristã. Revela o amor incondicional de Deus, demonstrado através da obra consumada de Jesus Cristo, e ensina que o ser humano não precisa se esforçar para merecer o favor de Deus, pois a salvação é um presente oferecido gratuitamente.

Infelizmente, essa verdade muitas vezes é distorcida ou mal compreendida, especialmente quando misturada com práticas legalistas que tentam reintroduzir obras como condição para a aceitação de Deus.

Hoje vamos ver o que a Bíblia diz sobre o evangelho da graça!

O Que é a Graça no Evangelho?

A palavra “graça” no Novo Testamento vem do grego charis, que significa “favor imerecido”. No contexto do Evangelho, refere-se à bondade de Deus em conceder salvação e bênçãos espirituais, mesmo quando não merecemos. É o oposto de tentar alcançar o favor de Deus por meio de obras ou da obediência estrita à lei.

Graça não é apenas um conceito teológico, mas uma experiência prática. Ela liberta os cristãos da condenação e da culpa, e traz descanso. Jesus expressa essa verdade em Mateus 11:28-30, quando convida os sobrecarregados a encontrarem descanso n’Ele, deixando de lado os fardos religiosos que consomem a alma.

A Graça Liberta, Não Condena

No Evangelho da Graça, não estamos mais presos às exigências impossíveis da lei. Mas, somos chamados a viver em um relacionamento com Deus baseado no amor e na fé em Cristo. Como o apóstolo Paulo declara em Romanos 8:1, Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, ou seja, uma vez que confiamos em Cristo, somos completamente perdoados e aceitos por Deus.

A graça é a grande diferença entre o cristianismo e todas as outras religiões, que exigem do ser humano uma performance para ser aceito, no cristianismo, Cristo já fez tudo, e o convite é para aceitar o que Ele fez por nós.

Qual Livro da Bíblia Fala da Graça?

Embora a mensagem da graça esteja presente em toda a Bíblia, é no Novo Testamento, particularmente nas epístolas de Paulo, que ela é explicada com mais profundidade.

Romanos: O livro de Romanos é essencial para entender o Evangelho da graça, pois Paulo explica como todos os seres humanos, independentemente de sua origem ou comportamento, são pecadores e estão separados de Deus Romanos 3:23. Ele também afirma que, através da fé em Jesus Cristo, somos justificados e reconciliados com Deus Romanos 5:1, o tema central é que a salvação é um presente de Deus e não algo que podemos ganhar pelas obras da lei.

Gálatas: Em Gálatas, Paulo confronta um problema grave: os cristãos que haviam aceitado a graça de Deus estavam voltando a depender da lei para serem aceitos por Ele. Paulo os repreende severamente, dizendo que, ao tentarem se justificar pela lei, eles estavam “caindo da graça” Gálatas 5:4. O tema deste livro é que a fé em Cristo, não a obediência à lei, é o que nos faz aceitáveis diante de Deus.

Efésios: Outro grande tratado sobre a graça, Efésios ensina que somos salvos “pela graça, por meio da fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie” Efésios 2:8-9. Paulo também explica que Deus nos abençoou com toda sorte de bênçãos espirituais e que fomos escolhidos em Cristo antes da fundação do mundo.

Esses livros, junto com outras cartas do Novo Testamento, oferecem uma visão completa do plano de Deus para a humanidade, centrado em Sua graça e no sacrifício de Cristo.

Quem Pregou o Evangelho da Graça?

O apóstolo Paulo é o principal pregador do Evangelho da Graça, sendo ele o instrumento escolhido por Deus para levar essa mensagem tanto a judeus quanto a gentios. Ele foi um dos primeiros a ensinar claramente que a justificação vem somente pela fé em Cristo, sem as obras da lei.

Antes de se converter, Paulo era um fariseu, rigoroso em seguir a lei de Moisés. Após sua experiência de encontro com Jesus no caminho de Damasco Atos 9, ele entendeu que a justiça de Deus não é algo que podemos conquistar, mas é dada a nós como um presente por meio de Jesus Cristo. A partir de então, ele dedicou sua vida a pregar o Evangelho da Graça.

Porém, o Evangelho da Graça não começou com Paulo. Jesus foi o primeiro a introduzir essa mensagem, ao chamar os pecadores ao arrependimento e estender perdão sem exigir obras ou méritos prévios. Em suas parábolas e ensinamentos, como na parábola do filho pródigo (Lucas 15:11-32), Jesus ilustra de forma vívida o coração de Deus, sempre pronto a perdoar e acolher aqueles que se arrependem.

Além de Paulo, outros apóstolos e evangelistas da igreja primitiva, como Pedro e João, também pregaram essa mesma mensagem de graça.

Onde Começa o Evangelho da Graça?

O Evangelho da Graça começa no coração de Deus, na eternidade. A Bíblia nos ensina que, desde antes da criação do mundo, Deus já havia planejado salvar a humanidade por meio de Seu Filho Jesus Cristo. Como diz Efésios 1:4, “Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença”.

Embora a graça de Deus tenha sido parcialmente revelada ao longo do Antigo Testamento, foi com a vinda de Jesus Cristo que ela foi plenamente manifesta. O apóstolo João escreve em João 1:17: “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”. Jesus é a personificação da graça de Deus.

No entanto, mesmo no Antigo Testamento, vemos a graça em ação, exemplos incluem o perdão dado a Davi após seu pecado com Bate-Seba (2 Samuel 12) e a misericórdia estendida a Israel, apesar de suas constantes rebeliões contra Deus. Esses exemplos apontam para o grande ato de graça que viria com a vida, morte e ressurreição de Jesus.

O ponto culminante do Evangelho da Graça ocorre na cruz, onde Jesus se ofereceu em nosso lugar, tomando sobre si os pecados da humanidade. Na cruz, o amor e a justiça de Deus se encontram. Deus nos amou tanto que não poupou Seu próprio Filho, e ao mesmo tempo, satisfez Sua justiça punindo o pecado em Jesus.

O Impacto da Graça na Vida Cristã

A graça não só nos salva, mas também nos sustenta em nossa caminhada diária com Deus. Muitas vezes, cristãos podem se sentir tentados a pensar que, após serem salvos pela graça, agora precisam depender de suas próprias forças para viver a vida cristã. Então vemos o apóstolo Paulo ensinando que é pela graça que vivemos cada dia em Cristo.

Graça para a Santificação

A santificação pela graça se diferencia profundamente do legalismo. Enquanto o legalismo se baseia em um esforço humano para seguir regras, impondo uma obediência por medo de punição ou desejo de aprovação, a graça opera internamente. No legalismo, a pessoa tenta mudar suas atitudes e comportamentos para agradar a Deus, mas sem transformação genuína no coração, o que leva a um ciclo de fracasso e condenação, pois ninguém consegue cumprir perfeitamente todas as exigências da lei.

Por outro lado, a graça transforma o cristão de dentro para fora. Ela começa com a renovação do coração e da mente, conforme o apóstolo Paulo descreve em Romanos 12:2: Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente. A santificação é alimentada pelo entendimento da obra de Cristo e pelo relacionamento contínuo com Deus, que gera em nós o desejo genuíno de viver em obediência.

A verdadeira graça não leva à liberdade para pecar, mas à liberdade para viver conforme a vontade de Deus. Como Paulo afirma em Romanos 6:14: Pois o pecado não os dominará, porque vocês não estão debaixo da lei, mas debaixo da graça. Essa graça nos dá poder para resistir ao pecado, algo que o legalismo nunca pode fazer, pois tenta impor mudança pelo medo e pela força, em vez de pela transformação do coração.

A Graça Nos Capacita a Vencer o Pecado

A santificação nos chama a viver de acordo com a nova natureza que recebemos em Cristo. A mesma graça que nos salvou da penalidade do pecado nos liberta de seu poder sobre nossas vidas diárias. Como Paulo explica em Tito 2:11-12, A graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas, e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente.

Aqui vemos que a graça não é apenas uma experiência de conversão, mas também um mestre que nos orienta e capacita. O verbo “ensinar” usado por Paulo mostra que a graça tem um papel educativo: ela nos guia para longe da impiedade e nos instrui a viver de forma piedosa e isso se aplica a santificação, pois a cada passo da nossa caminhada cristã, a graça de Deus nos ensina, molda e fortalece.

A santificação não é uma luta em que estamos sozinhos; a vitória sobre o pecado não vem pelo nosso esforço pessoal, mas pela dependência da obra de Cristo e do Espírito Santo. A verdadeira mudança ocorre quando, movidos pela graça, temos o poder de dizer “não” ao pecado e “sim” à vontade de Deus. Romanos 8:1-2: Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei do pecado e da morte. É a graça que nos coloca nessa nova posição de liberdade e poder.

Viver Santificado por Gratidão e Amor

Uma das chaves da santificação pela graça é a motivação do coração, que ao contrário do legalismo, que impõe uma obediência motivada pelo medo da punição, a graça gera em nós uma obediência movida por gratidão e amor. Quando entendemos o quanto custou a Jesus nos resgatar, Sua morte na cruz, Seu sacrifício, somos levados a responder com uma vida que O honra. O amor de Deus, revelado por meio da graça, nos impulsiona a viver de forma que O agrade.

Essa mudança de atitude é fundamental, pois a santificação verdadeira não vem de um senso de dever ou de culpa, mas de um coração transformado. Como está escrito em 1 João 4:19: Nós amamos porque Ele nos amou primeiro. Esse amor é a força por trás de uma vida de santidade e quando conhecemos o amor de Deus em profundidade, nosso desejo é viver de maneira que reflete esse amor para o mundo.

A Santificação na vida diária é um Processo Contínuo

2 Coríntios 3:18, Paulo descreve essa jornada ao dizer: E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a Sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito. Cada passo da nossa caminhada com Cristo nos transforma mais e mais à Sua semelhança, e esse processo é conduzido pelo Espírito Santo, que habita em nós.

Por isso, mesmo quando falhamos, a graça de Deus continua a agir, nos levantando e nos capacitando a seguir em frente e esse processo de santificação pode envolver momentos de correção e disciplina, mas sempre com a finalidade de nos moldar à imagem de Cristo.

Hebreus 12:10 Deus nos disciplina para o nosso bem, para que participemos da Sua santidade.

A Graça Como Fundamento da Santificação

A santificação pela graça nos dá o privilégio de sermos transformados à imagem de Cristo de maneira progressiva e contínua na vida diária. Ela não é um esforço humano para cumprir regras ou evitar o pecado, é a obra sobrenatural do Espírito Santo, capacitando-nos a viver uma vida que reflete o caráter de Deus.

A graça é tanto o ponto de partida quanto o meio pelo qual alcançamos a santidade, e nos leva a uma vida de gratidão, amor e dependência contínua de Deus.

Portanto, santificação não é algo que conquistamos com base em nossa própria força. Ela é a obra graciosa de Deus, que, ao mesmo tempo que nos justifica, nos transforma e nos fortalece a cada dia para vivermos de acordo com a Sua vontade. O Evangelho da Graça é o fundamento e a fonte de tudo o que precisamos para crescer na fé e refletir a imagem de Cristo em nossas vidas.

Graça em Nossas Fraquezas

A graça de Deus também é nossa força nas dificuldades, Paulo descreve isso de maneira poderosa em 2 Coríntios 12:9, onde Jesus lhe diz: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Assim, quando nos sentimos fracos, sobrecarregados ou incapazes, é justamente quando Deus se manifesta com maior poder em nossas vidas.

Não importa o que enfrentamos, a graça de Deus está sempre disponível para nos sustentar, ela não só nos ajuda a superar os desafios, mas também nos molda para sermos mais parecidos com Cristo.

Podemos Pecar no Evangelho da Graça?

Uma pergunta comum quando se ensina sobre a graça é: “Se somos salvos pela graça e não pelas obras, então podemos viver em pecado sem consequências?” A resposta clara e inequívoca da Bíblia é não.

Paulo aborda diretamente essa questão em Romanos 6:1-2: Que diremos, então? Continuaremos pecando para que a graça aumente? De maneira nenhuma! Nós, que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele? Aqui, Paulo está dizendo que a graça de Deus não nos dá licença para pecar, mas, pelo contrário, nos liberta do poder do pecado.

O verdadeiro entendimento da graça não leva o cristão a uma vida de desobediência, mas sim a uma vida de gratidão e santidade, pois quando compreendemos o quanto custou a Cristo nos salvar, nosso desejo é viver uma vida que honra esse sacrifício.

A graça nos capacita a dizer “não” ao pecado e “sim” à vontade de Deus. Tito 2:11-12 declara que a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas, e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente.

Portanto, a graça não é uma permissão para pecar, mas é o poder que nos ajuda a viver de acordo com o chamado de Deus. É importante entender que a verdadeira graça de Deus sempre nos conduz a uma vida transformada.

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