O Evangelho da Graça e o medo de Muitos pastores, apesar de conhecerem e compreenderem os princípios do evangelho da graça, enfrentam resistências internas que os impedem de pregar essa mensagem de forma plena. Embora entendam a profundidade da obra consumada de Cristo e o chamado à liberdade que a nova aliança proporciona, esses líderes religiosos ainda se deparam com uma série de medos que os levam a uma mistura de lei e graça em seus sermões.
Tais receios, embora comuns e compreensíveis, merecem ser desafiados e superados para que o evangelho da graça alcance e transforme vidas com a liberdade que Cristo oferece. Hoje vamos juntos ver alguns dos medos mais comuns que limitam os pastores em sua pregação, além de como a confiança no Espírito Santo pode levar à superação dessas barreiras.
Medo de Perder o Controle sobre a Congregação
O medo de perder o controle sobre a congregação é um dos principais fatores que impedem muitos pastores de pregarem o evangelho da graça de forma completa. Este receio parte da ideia de que, ao enfatizar a graça, os membros da igreja poderão adotar uma postura “liberal” na fé, ou seja, uma vida cristã sem compromisso.
Pastores que sentem esse medo acreditam que a ausência de regras rígidas e a “ameaça” da lei podem levar os cristãos a negligenciarem uma vida santa e piedosa.
Porém, o que vemos é que o verdadeiro evangelho da graça nos mostra que, longe de afrouxar a responsabilidade cristã, ele a eleva a um patamar mais profundo, e quando compreendida em sua totalidade, a graça convida os filhos de Deus a um relacionamento íntimo com Jesus e a uma vida transformada pelo Espírito Santo.
Na nova aliança, a obediência deixa de ser um ato de obrigação e passa a ser uma resposta ao amor que já recebemos de Deus, esse relacionamento motivado pelo amor genuíno não é fruto da imposição, mas do entendimento de que somos amados incondicionalmente, e isso inspira os cristãos a viverem de forma santa e responsável.
Assim, a graça, longe de provocar uma vida descompromissada ou até mesmo promíuscua, fortalece os crentes em sua busca por refletir o caráter de Cristo, uma transformação genuína que surge de dentro para fora.
Medo de Perder a Autoridade como Pastor
Outro medo comum entre os líderes que hesitam em pregar o evangelho da graça está relacionado à possível perda de sua autoridade pastoral, pois na visão de alguns pastores, pregar a graça e a liberdade em Cristo pode parecer uma ameaça à sua posição de autoridade, especialmente para aqueles que estão habituados a conduzir a congregação por meio de regras rígidas e de uma liderança impositiva.
Este receio surge do fato de que a graça desloca o foco da autoridade pastoral para Cristo, tornando Jesus o centro da fé e da obediência em vez das normas humanas, entretanto, é importante lembrar que a liderança baseada na graça não enfraquece a autoridade pastoral; pelo contrário, ela a fortalece de forma autêntica e duradoura.
A Bíblia nos mostra que a verdadeira liderança bíblica é aquela fundamentada no serviço e no amor, Jesus nos ensina que “o maior entre vocês deve ser aquele que serve” (Mateus 23:11).
Quando um pastor lidera através do amor e do exemplo, ele não perde sua autoridade; pelo contrário, ele ganha o respeito e a admiração genuína da congregação, o pastor torna-se um modelo de vida e serviço em Cristo, e a autoridade que antes era baseada na imposição se torna uma autoridade espiritual, centrada em um relacionamento de confiança e amor mútuo.
Esse tipo de liderança inspira os filhos de Deus a seguirem o pastor por convicção, e não por medo.
Medo de Desapontar a Tradição e Desagradar Outros Líderes
Entre os diversos medos que limitam a pregação do evangelho da graça, o receio de desapontar a tradição e de desagradar outros líderes religiosos ocupa uma posição significativa, pois muitos pastores foram formados em contextos eclesiásticos onde a obediência às normas e regras tradicionais era o alicerce da fé deles.
Romper com essa tradição para enfatizar o evangelho da graça pode gerar desconforto e até conflitos com superiores ou com líderes de denominação que seguem fielmente essas tradições.
A verdade, no entanto, é que o evangelho da graça não nega as boas tradições; ele as liberta da obrigação e da carga excessiva, inclusive Jesus frequentemente desafiava tradições humanas que impediam as pessoas de viverem o amor de Deus em sua plenitude.
Veja que ao longo do Novo Testamento, vemos Jesus como defensor do evangelho da graça, chamando as pessoas a uma nova vida em liberdade, o que frequentemente significava romper com normas e tradições que distorciam a mensagem do Reino.
Ao se dedicar a pregação da graça, o pastor não está desrespeitando a tradição, mas sim honrando a verdade da nova aliança, conforme revelada nas Escrituras e esse tipo de pregação exige coragem, mas também é a pregação que Jesus e os apóstolos exemplificaram, um chamado para que o evangelho prevaleça sobre qualquer tradição humana.
Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão-somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus. Atos 20:24
Medo da Rejeição pela Comunidade
O medo de rejeição pela comunidade é uma realidade para muitos pastores que sentem o desejo de pregar o evangelho da graça e digo isso pois já conversei com muitos pastores.
Em alguns contextos, a pregação da graça é frequentemente mal compreendida, e aqueles que defendem uma abordagem pura e bíblica da graça são, por vezes, rotulados de “liberais” ou “frouxos” na fé e até “hereges”.
Esse tipo de julgamento gera o receio de perder o apoio dos membros da igreja ou de serem mal interpretados por outros líderes e congregações, contudo, é importante lembrar que a pregação da graça, quando feita de forma completa e coerente, gera frutos genuínos e duradouros.
A graça transforma vidas, mas não por meio de imposições ou constrangimentos, ela permite que cada membro da congregação desenvolva uma relação mais profunda com Cristo, baseada na liberdade e no amor.
É quando essa verdade é bem comunicada, a rejeição que surge inicialmente muitas vezes se transforma em admiração e respeito, pois os filhos de Deus enxergam que a graça não leva à irresponsabilidade, mas a um compromisso mais genuíno e autêntico com Deus.
Em vez de temer a rejeição, os pastores podem ter a certeza de que aqueles que permanecerem serão membros enraizados no evangelho, prontos para crescer e servir com convicção.
Medo de Questionar Sua Própria Segurança na Fé
Alguns pastores enfrentam um medo mais interno ao pensar em pregar o evangelho da graça: o medo de questionar sua própria segurança na fé.
Para esses líderes, a lei e as normas ainda trazem um senso de segurança pessoal, especialmente no que diz respeito à maneira como lidam com suas próprias falhas e pecados e a graça é, sem dúvida, libertadora, mas também desafia a forma como vemos nossa dependência de regras para garantir nossa posição diante de Deus.
Este medo de perder a segurança que a lei aparenta oferecer faz com que alguns hesitem em pregar a graça em sua totalidade, no entanto, a verdadeira segurança na fé não está na lei, mas em Cristo, Ele é suficiente.
Quando aceitamos a verdade do evangelho da graça, entendemos que nossa segurança está em Jesus, em Sua obra consumada, e não em nossos próprios esforços, essa é a segurança que a graça oferece: uma paz verdadeira que não depende do cumprimento da lei, mas da aceitação de que já fomos reconciliados com Deus.
Essa confiança na graça é o que proporciona ao pastor uma fé inabalável, que pode ser pregada com autenticidade e transparência.
Ao pregar a graça, os líderes cristãos também se libertam do fardo de depender da lei como medida de aprovação de Deus, e isso transforma tanto o ministério pastoral quanto a própria vida espiritual do pastor.
Medo de Perder o “Poder” da Cobrança e do Medo
Por fim, há aqueles que, consciente ou inconscientemente, utilizam o medo e a culpa como ferramentas para guiar e conduzir a congregação, sim, estes líderes acreditam que o poder de cobrar e de incutir temor nas pessoas é necessário para mantê-las em um caminho de santidade e de compromisso e até mesmo para não se “desviarem”.
Mas o evangelho da graça desafia essa visão ao revelar que a transformação genuína vem por meio do amor de Cristo, não pelo medo, entenda, esse é um dos maiores desafios para alguns líderes, pois ao abrir mão do “poder” da cobrança, eles temem perder a capacidade de influência sobre a congregação.
O evangelho da graça, contudo, nos ensina que o amor é o agente de transformação mais poderoso é o que o apóstolo diz: “no amor não há medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo” 1 João 4:18. Quando a mensagem da graça é pregada, ela não enfraquece o compromisso dos cristãos; ao contrário, ela fortalece o vínculo com Cristo e desperta o desejo de viver uma vida santa em resposta ao amor recebido.
E certamente quando deixamos o medo e a culpa de lado, damos espaço para que o amor de Deus opere de forma profunda e verdadeira, criando uma transformação plena nos corações e na vida dos filhos de Deus.
Superando o Medo e Abraçando o Evangelho da Graça
Esses medos, embora comuns, podem ser superados por meio de uma confiança renovada no Espírito Santo, na eficácia da obra de Cristo, se aprofundando no conhecimento e estando em contato com outros pregadores do evangelho da graça.
Ao pregar o evangelho da graça, os pastores depositam sua confiança não em regras ou imposições, mas na certeza de que o Espírito Santo é quem verdadeiramente transforma o coração humano, a graça nos basta. Mas ele me disse: Minha graça é suficiente para você… 2 Coríntios 12:9
A graça nos chama a uma vida EM CRISTO, uma vida onde o amor é a base e a liberdade é uma realidade.
Pregar o evangelho da graça não significa abrir mão dos valores ou da santidade; pelo contrário, é um chamado para viver e proclamar a verdade da nova aliança com coragem e convicção, a autoridade pastoral se mantém e se fortalece quando é centrada em Cristo, e não na imposição de regras humanas.
Pastor, o chamado à pregação da graça é, acima de tudo, um convite para descansar em Cristo e conduzir outros a essa mesma liberdade, pregue o evangelho da graça com confiança, confie na obra do Espírito Santo e observe a transformação genuína que Ele trará à congregação.
Que a mensagem da graça seja o alicerce de sua pregação e que, por meio dela, vidas sejam renovadas, restauradas e fortalecidas em Cristo.
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