Nostalgia – O tempo correu e corre sem pedir licença, e aqui estou, à mais ou menos 2 meses fiz 40 anos, olhando para trás com uma mistura de saudade e encanto. Os dias passaram como um sopro, e quando me dei conta, já não segurava pequenas mãos com a mesma frequência, nem ouvia tantas perguntas curiosas sobre o mundo.
Meus filhos cresceram e estão crescendo e, a cada dia, percebo que a infância deles escapa pelos dedos, como areia levada pelo vento, por vezes me pego olhando para eles enquanto conversamos, eles me perntam: O que está olhando pai? Eu só dou risada e digo nada lindão, ou nada filhota!
Assim também por vezes fico olhando o sorriso da minha esposa e a maneira como ela conversa, amo o sorriso dela, fico assim, admirando tudo que Deus tem me permitido desfrutar, olhando cada detalhe da minha família, quando eles vão e quando chegam da escola, do trabalho, valorizo o momento de: Amo vocês, boa aula, bom trabalho, vão com Deus! Que momentos que eu amo.
As mesmas vozes que antes me chamavam a todo instante agora se tornam mais independentes, os passos que antes buscavam os meus agora trilham caminhos próprios, meu Deus, o tempo não espera, e às vezes me pergunto se aproveitei cada instante como deveria, uma mistura de culpa, com: Tudo que eu estava fazendo era para eles, mas também, aproveitamos muito ada instante.
Sei que fiz o melhor que pude, mas há algo na passagem dos anos que nos faz desejar ter segurado um pouco mais caaaada abraço, ter prolongado caaaada risada, ter olhado com mais calma para os momentos simples que, na correria da vida, pareciam corriqueiros, mas hoje se revelam mais que joias preciosas da memória.
E então olho para o mundo à minha volta, um mundo que não tem piedade assim como o tempo, que avança sem remorso, que muitas vezes parece duro e frio. É um contraste estranho: enquanto dentro de mim há esse calor da nostalgia, essa saudade boa do que vivi, lá fora tudo parece seguir seu ritmo impessoal, indiferente aos sentimentos, aos laços, ao valor daquilo que um dia foi tão significativo.
Talvez seja isso que me torna tão nostálgico ultimamente, já há algum tempo, não me pergunte quando começou, pois realmente não lembro, mas acredito que aproximadamente 5 ou 6 anos.
Não apenas o passar do tempo, mas a consciência de que ele não volta, cada dia é único, e o que foi vivido não pode ser revivido somente lembrado, é nessas madrugadas silenciosas que percebo a importância de olhar para frente sem esquecer o passado, de valorizar o presente sem pressa, de amar sem medidas enquanto ainda há tempo.
Porque o tempo corre, mas as lembranças que criamos são eternas, agora quase 2h da madrugada, 8 de Março de 2025, com um turbilhão de nostalgia, olhos em lágrimas, coração apertado e ao mesmo tempo feliz, estou escrevendo este texto, agora aqui no meu site, pois já vinha escrevendo por vários lugares sobre essa nostalgia toda, mas sem mostrar a ninguém.
Como vou postar agora mesmo na madrugada dificilmente alguém irá ler, mas este texto e outros que virão são para registrar meus pensamentos e reflexões sobre a vida, sobre momentos, memórias, acho também que pode despertar alguém para valorizar cada instante, cada olhar, cada abraço.
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