Generosidade e contribuição financeira geralmente é um assunto evitado ou mal visto no meio cristão, devido aos abusos, aos mercenários da fé e a falsos ensinos.
Porém, ao se tratar de contribuição logo religiosamente já se pensa em percentual, em quantias, outros querem saber se dão 10%, se não dão nada, ou se dão menos que 10% e ai que está um início errado de contribuição.
Pois nossa contribuição no entendimento do evangelho genuíno é que podemos ser generosos e abundantes, sem olhar para quantias, para o medo do devorador, por obrigação, nunca pensando em não dar com dedo de fazer falta, mas olhar para nossa nova identidade em Cristo.
2 Coríntios 8:7, Todavia, assim como vocês se destacam em tudo: na fé, na palavra, no conhecimento, na dedicação completa e no amor que vocês têm por nós, destaquem-se também neste privilégio de contribuir, mostra uma dimensão fundamental do evangelho da graça: a generosidade.
No entendimento tradicional, muitas vezes a contribuição financeira é vista como uma obrigação imposta, associada ao medo ou constrangimento, mas no entendimento do evangelho da graça, a generosidade e a contribuição financeira são expressões de amor e privilégio, motivadas por uma consciência de pertencimento.
A generosidade é um reflexo do caráter de Deus, um dos versículos mais conhecido da Bíblia, João 3:16, diz: Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito. Perceba o quanto Deus é generoso por natureza, e a Sua generosidade é expressa de forma incondicional e abundante, jamais mesquina.
A generosidade divina é dar sem esperar algo em troca, como o exemplo no ato de Deus nos amar enquanto ainda éramos pecadores.
No contexto da nova aliança, a generosidade não se limita à contribuição financeira de 10%, como era observado na lei da antiga aliança. Na nova aliança, somos chamados a ir além, pois estamos sob uma aliança superior, baseada em promessas superiores.
Agora, porém, o ministério que Jesus recebeu é superior ao deles, assim como também a aliança da qual ele é mediador é superior à antiga, sendo baseada em promessas superiores..Hebreus 8:6. A graça de Deus nos impulsiona a generosidade e contribuição financeira com alegria e liberalidade, não como uma obrigação, mas como um privilégio.
Paulo é um exemplo claro de como a contribuição pode ser vista na nova aliança, pois Ele recebeu ofertas para pregar em outros lugares e, quando uma igreja não o sustentava, ele fazia tendas para se sustentar, até que chegou Silas e Timóteo e então se dedicou exclusivamente a pregação da palavra de Deus: Quando Silas e Timóteo chegaram da Macedônia, Paulo se entregou totalmente à palavra, testemunhando aos judeus que Jesus é o Cristo. Atos 18:5
No entanto, outras igrejas contribuíam para que ele pudesse continuar a pregar o evangelho. Assim, vemos que a contribuição não era apenas para assistência social, mas também para sustentar a obra do evangelho.
A graça de Deus para Paulo não foi inútil, pelo contrário, o impulsionou a fazer ainda mais, Ele não via a contribuição como um limite de 10%, mas como uma oportunidade de dar ainda mais, impulsionado pela revelação da graça.
A nova aliança não nos diz para sermos menos generosos; ela nos chama a sermos ainda mais generosos, permitindo que o evangelho alcance mais pessoas.
Infelizmente, muitos cristãos hoje não contribuem devido a várias razões:
Avareza e Mesquinharia: Apegados ao materialismo, alguns não veem a importância de contribuir.
Desconfiança na Liderança da Igreja: A falta de transparência e confiança nos líderes da igreja impede a generosidade.
Falta de Compromisso com a Visão da Igreja: Quando não estão comprometidos com a missão da igreja, não sentem a necessidade de contribuir.
Dificuldades Financeiras: Alguns enfrentam problemas financeiros e acham difícil contribuir, embora, muitas vezes, sejam os mesmos que causam essas dificuldades.
Poucas Opções de Contribuição: A limitação de métodos de contribuição pode ser um obstáculo.
Pensar Apenas em Si Mesmo: O egoísmo leva a falta de compreensão da importância da contribuição para a comunidade.
Falta de Clareza sobre o Uso dos Fundos: Muitos não sabem como o dinheiro é utilizado, o que gera desconfiança.
Na antiga aliança, havia mandamentos como “não matarás” e “adorarás somente a Deus”. Na nova aliança, essas ações são fruto de nossa nova natureza em Cristo. Da mesma forma, o dízimo era um mandamento na lei da antiga aliança e antes dela, mas na nova aliança, a contribuição financeira é uma expressão de nossa nova natureza em Cristo.
Posso sim usar como base o piso de 10%, mas não contribuímos porque somos obrigados ou por medo do devorador, mas porque queremos expressar nossa gratidão, amor e fé.
A nova aliança é superior à antiga porque é baseada em promessas superiores, o povo de Israel dava 10% de suas bênçãos na antiga aliança, mas na nova aliança, as bênçãos são muito maiores. Se a aliança é superior e as bênçãos são superiores, nossa contribuição deve ser generosa e superior, refletindo a abundância da graça de Deus.
Não seria incoerente estarmos com bênçãos superiores e sermos menos generosos? Já fomos abençoados em Cristo, e nossa contribuição é uma resposta a essas bênçãos.
Motivos Errados para Contribuir
Para Prosperar Financeiramente: Contribuir esperando uma recompensa financeira não está alinhado com a generosidade da nova aliança, ainda que Deus nos dê uma colheita abundante, o motivo para contribuir não é para receber mais.
Por Medo: Contribuir por medo não reflete a liberdade que temos em Cristo, é preciso contribuir pelo motivo ou com a motivação correta.
Com Pesar ou Obrigação: Contribuir com tristeza ou por obrigação não agrada a Deus (2 Coríntios 9:7).
Com as Sobras: Dar apenas o que sobra não é um verdadeiro ato de generosidade, como exemplificado pela viúva que deu tudo o que tinha (Lucas 21:4).
Motivos Correto para Contribuir
Por Decisão de Coração: Veja que não é por sentimento como é ensinado que deve dar o que sentir no coração, não é por sentimento é por fé, amor e gratidão, cada um deve dar conforme determinou em seu coração, com alegria (2 Coríntios 9:7).
Atitude de Fé e Confiança: Contribuir é uma expressão visível de nossa confiança em Deus, crendo que a contribuição que damos não nos fará falta.
Ato de Amor: A generosidade é um reflexo do amor de Deus em nós, pois contribuir financeiramente é amar também ao próximo, sendo que através da nossa contribuição outros terão a oportunidade de ouvir o evangelho.
Compreensão da Nossa Posição em Cristo: Contribuir é uma forma de reconhecer todas as bênçãos que recebemos em Cristo, contribuímos não para ter, mas porque já temos em Cristo.
Resistir ao Consumismo: A generosidade mostra que não somos governados pelo consumismo, mas pela generosidade, a contribuição nos educa a não sermos também egoístas.
Caminhar na Graça: Já fomos abençoados, e nossa contribuição é uma resposta ao que Deus já fez, não que Deus esteja pedindo para respondermos, mas um coração transformado é grato e corresponde a todo bem que recebe.
Mesmo em dificuldades, a igreja da Macedônia manifestou abundância de alegria e generosidade (2 Coríntios 8:1-2), pois a generosidade e a contribuição financeira são reações à ação de Deus em nossas vidas, quanto mais conhecemos a Deus, mais nos tornamos parecidos com Ele.
A sinceridade no amor é medida pela nossa generosidade (2 Coríntios 8:8), sendo assim ser generoso não é uma obrigação; é uma expressão do amor que nos foi revelado.
Vamos a cada dia viver a generosidade de Deus e refletir Sua generosidade em nossas vidas, sabendo que Ele nos deu todas as coisas em Cristo, que nossa contribuição seja sempre uma expressão de nosso amor, gratidão e fé em Deus o Pai.
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