Divórcio e Novo Casamento à Luz do Evangelho da Graça: Uma Perspectiva Atual para a Igreja
No contexto contemporâneo, o tema do divórcio e novo casamento é complexo e desafiador, especialmente para a comunidade cristã, a sociedade enfrenta uma variedade de dinâmicas familiares e expectativas culturais que influenciam as perspectivas sobre relacionamentos.
Porém, para os que creêm, a compreensão do evangelho da graça e da obra consumada de Cristo oferece um quadro fundamental para abordar essas questões com amor, graça e verdade.
Meditando no evangelho
Quando meditamos no evangelho, encontramos ensinamentos claros sobre o casamento e o divórcio. Jesus, em seus ensinamentos, citou o plano original de Deus para o casamento, declarando que “o que Deus ajuntou não separe o homem” (Mateus 19:6).
No entanto, Ele também reconheceu a dureza dos corações humanos e permitiu o divórcio em casos como de infidelidade conjugal (Mateus 5:32), permitiu, mas sabemos que é possível a restauração através do perdão, sendo que fomos perdoados por Deus o Pai por muito mais.
Paulo, em suas epístolas, aborda a questão do divórcio em contextos específicos, enfatizando a importância da reconciliação sempre que possível 1 Coríntios 7:10-11, mas ele reconhece que, em algumas circunstâncias, a separação pode ser inevitável e orienta os cristãos a agirem com paz e bondade 1 Coríntios 7:15.
O Evangelho da Graça e a Compreensão do Pecado e da Redenção
À luz do evangelho da graça, compreendemos que todos somos pecamos e necessitamos da misericórdia e do perdão de Deus.
O divórcio não está fora do alcance da redenção e da restauração oferecidas por Cristo, embora o casamento seja uma instituição sagrada, vivemos em um mundo caído, onde o pecado e a quebra de relacionamentos são uma realidade.
Mesmo em meio aos cristãos vemos essa realidade e isso não deixa esses irmãos menos amados e tão pouco com menos acesso a graça de Deus, por isso, ninguém precisa viver com culpa e condenação por ter passado por um divórcio e até mesmo em estar em um novo casamento.
A igreja e a compaixão
Diante das complexidades do divórcio e novo casamento, a igreja é chamada a oferecer compaixão, apoio e orientação pastoral, em vez de julgamento ou condenação, os líderes da igreja devem adotar uma abordagem amorosa e compassiva, buscando compreender as lutas e dores daqueles que enfrentam essas situações.
E acima de tudo cooperar para a restauração de cada indivíduo, ninguém precisa se sentir constrangido diante da sua comunidade de fé, a igreja precisa ser um agente de restauração para esses irmãos.
Cada situação é única e requer uma abordagem cuidadosa e sensível, levando em consideração todos os aspectos envolvidos, com amor e graça, levanto em conta inclusivo o contexto daquele divórcio, assim coomo no Antigo Testamento estavam sob um contexto, diante das falas de Jesus e das cartas estavam sob outro contexto, hoje vivemos sob outro contexto.
Hoje por exemplo existem mulheres, que vivem diariamente com abusos físicos de seus companheiros, sendo espancadas, mal tratadas e algumas são orientadas apenas a orar, a suportar com o dircurso de ser da vontade de Deus, outras são orientadas a repreender com o discurso de que é o diabo e etc.
De forma alguma um pastor ou líder deve orientar assim, todas e todos, pois as vezes homens passam por situações assim, precisam procurar as autoridades para não viverem mais tormentos como estes citados.
Casos como os que foram citados e outros, em nossos dias também tem sido motivos para divórcios, a pergunta é: Essa pessoas, tanto a ferida, assim como a que que feriu a outra causando o divórcio, essas pessoas, mesmo o que feriu após ter se arrependido, eles não tem o direito de casarem novamente?
Não há qualquer pecado nisso, após terem passado pelo que passaram, ou terão que viver escravos do seu passado, sem poder viver feliz com outra pessoa? A bíblia jamais condena quem se divorciou e casou-se com outra pessoa, quem condena são os religiosos, que condenaram até Jesus.
A graça de Deus nos dá vida nova independente de nosso passado, ela nos restaura e jamais permite que sejamos escravos do passado, mesmo que este passado tenha sido em um ambiente cristão, a mentira religiosa é que se a pessoa casar novamente está em pecado, está em adultério.
Esta é uma tremenda mentira, pois o divórcio pôs fim ao casamento, ou seja, não há mais casamento e por tanto a pessoa está livre para casar-se, a pessoa em outro casamento deve andar em fidelidade, companheirismo, temor a Deus e seguir sua vida sem culpa ou condenação.
O Compromisso com a Santidade e a Graça
Embora reconheçamos a realidade do pecado e da falibilidade humana, também enfatizamos o chamado à santidade e ao compromisso mútuo no casamento, em nenhum momento a graça de Deus pode ser uma desculpa para facilitar um divórcio, o divórcio não deve ser encarado de maneira leviana, mas como um último recurso após todos os esforços de reconciliação terem sido esgotados.
Ao mesmo tempo que o evangelho da graça nos oferece esperança e perdão, mesmo nas situações mais difíceis, aqueles que enfrentam o divórcio não estão além do amor e da restauração de Deus e a igreja é chamada a ser um lugar de cura e renovação, onde todos são acolhidos com amor e graça.
Nossa compreensão do divórcio e novo casamento deve ser moldada pelo evangelho da graça, pois somos chamados a viver em resposta ao amor redentor de Cristo, demonstrando compaixão, perdão e graça em todas as circunstâncias.
Que possamos ser uma igreja que reflete a beleza e a verdade do evangelho em nossa abordagem aos relacionamentos e ao casamento, buscando sempre a glória de Deus e o bem-estar daqueles que nos rodeiam.
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