O Manifesto Global de Teologia Negra foi lançado oficialmente no Brasil durante a IV Consulta Internacional de Teologia Negra, realizada entre os dias 18 e 21 de junho de 2025, em São Paulo (SP). O evento reuniu mais de 80 lideranças negras evangélicas de sete países, Brasil, Colômbia, Cuba, África do Sul, Congo, Angola e Estados Unidos.
O documento foi apresentado como uma declaração internacional de fé, justiça e dignidade, propondo uma teologia que nasce da experiência africana e afrodiaspórica, marcada por séculos de escravidão, racismo e exclusão.
Segundo os organizadores, o manifesto reafirma que a negritude também revela a imagem e semelhança de Deus, e que o Evangelho deve ser uma força libertadora contra a opressão e a desigualdade.
Entre os principais temas abordados estão:
- O enfrentamento do racismo estrutural e religioso;
- A denúncia da violência policial e do genocídio negro;
- A defesa da justiça reparativa e da dignidade humana;
- O reconhecimento da contribuição histórica das comunidades negras cristãs para a fé e a sociedade.
O texto também faz um chamado às igrejas de todo o mundo para que assumam um compromisso público com a justiça social, a solidariedade e a reconciliação. “A fé cristã deve ser expressão de amor prático, que acolhe, repara e transforma realidades”, diz um dos trechos do manifesto.
O lançamento do Manifesto Global de Teologia Negra ocorreu durante o mês da Consciência Negra, ampliando o debate sobre a presença e a importância das teologias negras na construção de uma fé mais justa, inclusiva e alinhada aos ensinamentos de Cristo.
Reflexão
A mensagem central do Evangelho é que em Cristo todas as barreiras caem. O apóstolo Paulo declarou: “Já não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gálatas 3:28)
A fé cristã não é instrumento de divisão, mas de reconciliação. Diante das dores da história e das feridas da injustiça, a Palavra de Deus nos chama a enxergar cada pessoa como portadora da imagem e semelhança do Criador.
O Evangelho da Graça revela que Deus não faz acepção de pessoas (Atos 10:34) e que o amor d’Ele se manifesta em acolher, curar e restaurar todos os que foram marginalizados. Assim, a teologia que nasce do clamor dos oprimidos é também expressão do coração de Deus, que age em favor da justiça e da dignidade humana.
Que essa notícia nos inspire a viver uma fé que não se limita ao discurso, mas que se traduz em ações de amor, empatia e transformação.
“O que o Senhor pede de ti? Que pratiques a justiça, ames a misericórdia e andes humildemente com o teu Deus.” (Miquéias 6:8)
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